A sexualidade ainda é um grande tabu na cultura brasileira, sendo necessária a sua discussão, pois o desconhecimento sobre o tema só perpetua o martírio que milhares de pessoas vivem todos os dias.
A lascívia humana se manifesta de várias maneiras e para poder discutir sobre o assunto, é imprescindível saber a diferença entre:
SEXO, GÊNERO, IDENTIDADE DE GÊNERO, EXPRESSÃO DE GÊNERO e ORIENTAÇÃO SEXUAL.[1]
O sexo é definido por elementos da anatomia do corpo de uma pessoa, ou seja, a parte biológica, que se vê no nascimento, levando em consideração a leitura visual do corpo da criança, sendo uma categoria dividida entre: macho (a partir do órgão sexual masculino), fêmea (a partir do órgão sexual feminino) e intersexo (nasce ou desenvolve uma anatomia sexual que não se encaixa na definição de feminino ou masculino).
É definido por seus cromossomos e por características como órgãos reprodutivos internos e externos. Porém definir o sexo de alguém não é tão simples assim, já que uma pessoa biologicamente intersexo pode nascer com características sexuais de macho e de fêmea concomitantemente.
São as categorias de feminino e masculino que foram construídas socialmente.
Englobam todas as práticas arbitrárias que foram atribuídas aos indivíduos que nascem com um ou outro aparelho genital.
Cada cultura incentiva que as pessoas tenham certos comportamentos, vestuários, profissões e valores, de acordo com o gênero que lhe foi atribuído ao nascimento.
Se refere as características psicológicas e sociais de um indivíduo (sentimentos e percepções pessoais em relação ao seu gênero).[2]
Mesmo com a sociedade mantendo padrões heteronormativos, existem indivíduos que não se identificam com o seu gênero de “origem”, por determinados valores, posturas e condutas sociais, que culturalmente estão associadas a seu gênero, feminino ou masculino.
Com isso, a identidade de gênero pode ser definida como o gênero com o qual a pessoa se identifica (sem que seu sexo biológico seja determinante), como expresso em sua nomenclatura.
Existem pessoas que se identificam como homem, como mulher, como ambos ou até mesmo com nenhum dos dois gêneros: que são os chamados “não binários”. Dentro da identidade de gênero, há dois grandes grupos. São eles:
Expressão ou performance de gênero, se refere às formas como as pessoas expressam seu gênero na sociedade, desde o uso de roupas e acessórios até detalhes físicos como gestos, atitudes e o timbre das vozes. Por exemplo: uma pessoa é cisgênero e heterossexual, mas se veste de uma maneira tradicionalmente associada ao sexo oposto com o qual se identifica.
Quais são?
Os tipos de orientações sexuais mais comuns são:
HETEROSSEXUAL:
Um indivíduo heterossexual é aquele que sente atração por pessoas do gênero oposto ao seu. Assim, as relações heterossexuais são as que acontecem entre uma mulher e um homem.
HOMOSSEXUAL:
Um indivíduo homossexual é aquele que sente atração e se relaciona com pessoas do mesmo gênero que o seu. Nesse caso, as relações podem ser entre duas mulheres (lésbicas, bandeira rosa à esquerda) ou entre dois homens (gays, bandeira azul à direita).
BISSEXUAL:
Já indivíduos bissexuais são aqueles que podem sentir ligação sexual ou emocional por pessoas de ambos os gêneros (mulher ou homem), podendo se relacionar com ambos.
ASSEXUAL:
No caso dos indivíduos assexuais, não se trata do interesse em pessoas de um ou outro gênero. Na verdade, pode não existir ou ter pouca atração e vontade em ter relacionamentos com outras pessoas, porém, mesmo que não sinta desejo sexual, a pessoa é capaz de manter um relacionamento amoroso.
PANSEXUAL:
A pansexualidade é mais ampla que a bissexualidade. Uma pessoa pansexual pode se interessar por pessoas de todos os gêneros e também de todas as orientações sexuais, ou seja, ter atração, independente de sexo.
Em geral, a orientação sexual de alguém não é necessariamente fixa, e pode variar por diversas razões (existem várias orientações além dessas que foram citadas). Tanto a orientação sexual quanto a identidade de gênero costumam se manifestar desde cedo, independente dos pais ou pessoas próximas serem homossexuais, heterossexuais, transgêneros ou cisgêneros. Todas essas características da sexualidade são determinadas por diversos fatores, como: herança genética passada pelos pais, o funcionamento das glândulas e dos hormônios do corpo, as primeiras experiências de socialização e durante a vida e a cultura vigente.
O que significa cada parte integrante da sigla LGBTQIA+?
Nos anos 2000, o uso da sigla GLS (gays, lésbicas e simpatizantes) para se dirigir a essa comunidade era o termo mais utilizado.
Porém, com as demais inclusões ao longo dos anos, a sigla se tornou “LGBTQIA+”, simbolizando:
Em suma, é visto que a sociedade incentiva algumas orientações e identidades enquanto discrimina outras, por isso os pais de uma criança costumam incentivar ou reprimir as manifestações de sexualidade a partir das normas culturais com as quais eles concordam.
Na cultura brasileira, assim como em muitas outras, homossexuais e pessoas com uma identidade destoante do gênero associado ao seu sexo, são alvos de discriminação e violência.
Portanto é conclusivo que o sexo, a orientação sexual, a identidade de gênero e a expressão de gênero, não são escolhas a serem feitas, pois ninguém “escolhe” sofrer diversos preconceitos, agressões e problemas sociais durante toda a vida.
Uma pessoa pode disfarçar seus sentimentos ou tentar obedecer a um certo padrão de sexualidade para ser melhor aceito ou evitar punições. O problema é que isso muitas vezes leva a anos de sofrimento, frustração e até mesmo suicídio.
Expressar a própria sexualidade é uma parte fundamental do desenvolvimento psicológico e saudável de qualquer pessoa.
1. Educando para a diversidade
2. Mundo Educação - Orientação Sexual e Identidade de Gênero
3. Descomplica - ENTENDA A HISTÓRIA DO MÊS DO ORGULHO LGBTQ+